Eu jamais esquecerei a leitura do texto abaixo, que foi feita na tarde desta segunda feira, 18 de agosto, pela aluna Giovanna, na Escola Francisca Avelino, em Parnamirim-RN, destinada a mim, após minha apresentação. Ela fez com uma maestria belíssima e quando chegou nas três últimas estrofes, olhou para mim, falando diretamente ao meu coração. Muito obrigado Giovanna e a Professora Bete Campos.
Havia chegado o inverno
E, sem nada na barriga,
A cigarra foi atrás
Das vizinhas, as formigas:
-Por favor, minhas amigas,
Peço um pouco de comida,
Pois estou ficando fraca
E corro risco de vida.
As formigas responderam:
-Mas enquanto era verão
Nós ficamos trabalhando.
O que fez você, então?
E a cigarra respondeu:
-Eu fiquei na cantoria
Das mais lindas melodias,
Dia e noite, noite e dia.
E as formigas declararam:
-Nós não vamos repetir
O erro de nossas avós.
Temos pão pra repartir.
Entre aqui na nossa casa,
Coma o que tiver vontade,
Pois o seu cantar é belo
e tem muita qualidade.
Ao mostrar a sua arte,
Você nos fez muito bem.
Cultivou a nossa alma,
Não podemos ficar sem.
As formigas mais antigas
Não sabiam que na arte
Existe dedicação,
Há suor em cada parte.
O que fazem os artistas
É um trabalho, e de valor.
Eles devem ser tratados
Com respeito e com amor.
As formigas e a cigarra
Autor: Ricardo da Cunha Lima
Livro Cambalhota
Editora: Cia das Letrinhas, São Paulo, 2003
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