domingo, 17 de julho de 2016

A HISTÓRIA DO BRASILEIRO FELIZ



Foi em dezembro de 1978, precisamente no dia 30, que o escritor Diogenes da Cunha Lima lançou “Câmara Cascudo – um brasileiro feliz” (Editora RN/Econômico, Natal-RN). O livro foi escrito dentro de uma semana, atendendo o convite que foi feito ao poeta Diogenes da Cunha Lima, pelo então Presidente da Fundação José Augusto, o jornalista Paulo Macedo.

Ninguém melhor do que o próprio Diogenes para escrever sobre a vida de Câmara Cascudo, ele que convivia até aquela época, vinte anos com  seu amigo, sendo seu  secretário, sendo portanto conhecedor de muitas histórias sobre o velho mestre da cultura nacional. Diogenes trancou-se literalmente em seu escritório e com fervorosa obstinação escreveu em oito dias o livro com 184 páginas, edição que veio para comemorar os 80 anos de idade e 60 anos de produção intelectual de Câmara Cascudo. Foi um trabalho de Diogenes que contou com a participação de Rosália Alves, Delmita Zimmermann, Adilmeia Hentz, gente do seu escritório que o a ajudou diuturnamente nesse propósito.
Onofre Lopes, o prefaciador da obra assim escreveu: “De Cascudo não fez apenas um registro simples e superficial de uma obra. Mergulhou fundo numa visão toda, uma vida intensa, complexa, multímoda, caracteristicamente plural...Cascudo é uma história” (LIMA, 1978, p. 11).

Em 1993, quinze anos depois, vem a público a segunda edição, desta feita com o próprio Cascudo “abrindo as portas” da leitura, e após argumentar seu amor por Natal declara: “ Fiquei em Natal, só, pobre e feliz. Sou o que Diogenes da Cunha Lima me chamou: um brasileiro feliz” (LIMA, 1993, p.4).  Desta feita, a edição contou com a iniciativa do jornalista Talvani Guedes da Fonseca que teve apoio  dos Senadores Mauro Benevides e Darcy Ribeiro e dos diretores do Centro Gráfico do Senado: Agaciel da Silva Maia e Florian Augusto Coutinho Madruga. O livro saiu com 194 páginas, posto que, na última parte há o Curriculum Vitae do escritor. Capa, fotografias e desenhos permanecem os mesmos.


Nunca se dirá tudo sobre Cascudo, sempre haverá algo a ser revelado sobre esta universidade humana, figura maior da cultura do Rio Grande do Norte. Com essa consciência, o escritor Diogenes da Cunha Lima,  cinco anos depois da segunda edição, entrega aos seus leitores a terceira publicação de “Câmara Cascudo – um brasileiro feliz”.  O livro cresceu, trouxe novos textos. A iconografia também enriqueceu,  passou de doze para trinta e oito, e apenas uma foto das edições anteriores continua, a foto do casamento em 21 de abril de 1929. Com 236 páginas, a edição  Comemorativa dos 100 anos de nascimento de Câmara Cascudo, tem o selo da Editora Lidador, do Rio de Janeiro, com  luva e capa dura, em 1998.

Terça feira próxima, 19 de julho,  na Academia Norte Rio Grandense de Letras, às 18 h será lançada a quarta edição, assim como as anteriores, essa também tem a tiragem de mil exemplares. A história continua,  Diogenes da Cunha Lima, o biógrafo de Câmara Cascudo, um dos maiores intelectuais do Brasil, nos presenteia com uma edição cheia de surpresas. Vamos prestigiar.


Referências:
LIMA, Diogenes da Cunha. Câmara Cascudo – um brasileiro feliz. Natal: RN/Econômico, 1978
_____________________. Câmara Cascudo – um brasileiro feliz.  Brasília: Gráfica do Senado, 1993
_____________________. Câmara Cascudo –  um brasileiro feliz.   Rio de Janeiro: Editora Lidador, 1998.



Francisco Martins

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