quarta-feira, 4 de outubro de 2017

DE QUEM É A REVISTA DA ANRL?



A Revista nº 52 – edição Jul-Set/2017 da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras – ANRL estará disponível para o público leitor a partir deste dia 4 de outubro, quando acontecerá seu lançamento na sede da ANRL.
Manoel Onofre Jr e Thiago Gonzaga tiram leite de pedra para manter a qualidade editorial do periódico.  Creio que a grande dificuldade vem de dentro da própria instituição, no tocante a colaboração dos Acadêmicos com textos para a revista, basta pegar qualquer número e percebe-se que são poucos os que escrevem.  Vejamos como ficou a participação acadêmica nesse nº 52. Há 31 textos publicados; quantos desses foram escritos diretamente para a Revista? Dos 31, 20 são de  autoria dos imortais, à priori o leitor pode  pensar:  “tem mais de 50% porcento de participação”. Calma! Vamos analisar com maior intensidade esta presença que na verdade é de 66,66%.   Vicente Serejo tem duas crônicas, e nenhum delas foi escrita  diretamente para a revista, ambas foram impressas na sua coluna  Cena Urbana, o texto  de Nilo Pereira, inédito, é como o próprio título indica, um prefácio, portanto mais um sem destino específico para a Revista; o  excelente artigo de João Batista Pinheiro Cabral é uma publicação de uma palestra de 1981, proferida na Universidade de Brasília-UnB,  e alguns outros que lá se encontram não fogem a esta regra.
Assim, vai a dupla quixotesca, Manoel Onofre e Thiago Gonzaga, recolhendo material e montando  uma colcha de retalhos,  bela e muito útil à nossa formação. Percebo enquanto leitor, que realmente há uma dificuldade em PRIORIZAR textos para a Revista. E quando eu afirmo a ausência de prioridade, refiro-me a textos que não tiveram nenhuma outra forma de divulgação, que seja por palestra, blog, jornais, etc. Mas que esteja sendo levado ao público leitor pela primeira vez através deste periódico. Se são todos escritores, homens de prosa e poesia, onde eles escondem suas produções?  Ou então não são realmente todos eles literatos? É pelo fruto que se conhece a árvore, mostra-me o que escreves e eu te direi quem és! Ouso parafrasear o filósofo grego. Olhando a relação dos atuais imortais, contei 15 nomes que sequer tiveram participação na Revista nos últimos  anos ( Não considerei discurso de posse).
Creio que somente o artigo de Manoel Onofre abraçou a causa acima.  Com a palavra o editor da Revista, Thiago Gonzaga, caso esteja errado.  Se por um lado há uma abstenção dos Acadêmicos em escrever na sua Revista, o mesmo não ocorre com os outros escritores que não fazem parte da ANRL, mas que vivem na esperança de ter uma oportunidade de ver seus textos publicados naquele periódico.
Louvo a Revista! Como sempre bem nutrida de textos bons.  Entretanto, como leitor, gostaria de ver mais a participação dos Acadêmicos. Não guardem para si a sabedoria que abriu as portas da imortalidade, compartilhem, deixem registrado na história da Revista da ANRL. Nós os leitores, sedentos e carentes de saber seremos gratos.
Francisco Martins
02 outubro 2017

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