A menina do vaqueiro ficou sendo muito amada
Por toda a
região sua fama era dada
No resguardo
da mulher vieram ao pé da serra
Três pessoas
bem prendadas.
Uma era
raizeira, trouxe nas mãos um facheiro
Deu ao nobre
vaqueiro, falando num linguajar bem rasteiro:
-Compadre, pelas horas que canta o dia, pelo
frio que veste a serra,
Pelo peixe escondido na loca e o boi que
vagueia no mato.
Eu entrego um facho de luz – pra alumiar os
caminhos desta sua fia – nos passos do Bom Jesus!
A segunda
visitante, rezadeira do sertão, sacerdotisa do povo, pastora de coração,
Com ramos de
pião-roxo expulsou daquele lar, a ação
do mau olhado, com a seguinte oração:
-Ia Jesus andando pelas ruas de Nazaré
Quando encontra Pedro – sentado num lugar
qualquer.
“Que tens tu, Pedro?” – Perguntou o Salvador
“Tenho mau olhado” – que fariseu me botou.
Jesus com pião roxo – ligeiro Pedro curou.
A terceira que entrou, numa bacia jogou, moeda de quarenta reis,
E sentenciou:
-Vamos cobri-la com água, lavar a
nossa cabrita.
Para que durante a vida seja
forte a sua sina,
Nunca lhe falte dinheiro, nem amor a essa menina!
E assim, após o banho, dentro de um caçuá,
Dormia bem protegida de tudo quanto é mal
A semente do
vaqueiro, mandacaru sem igual.
Mané
Beradeiro
Parnamirim
–RN, 05 de setembro 2017
ACOMPANHE ESTA HISTÓRIA POÉTICA LENDO OS TEXTOS ANTERIORES NOS LINKS ABAIXO:
Pedido
A Resposta da donzela
Núpcias sertanejas
Desejo de buchuda
O Parto
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