domingo, 19 de maio de 2019

TORRE ,RELÓGIO E SINOS DA ANTIGA CATEDRAL



Conhecer a história de Natal, capital do RN é um dos temas das minhas leituras. Gosto de saber das coisas e dos pormenores. Passar diante de um monumento, um prédio ou numa rua e saber algo sobre aquele local é algo prazeroso. Hoje quero compartilhar com meus leitores um pouco sobre a antiga catedral, mas especificamente no tocante à torre, o relógio e os sinos.
Câmara Cascudo relata que foi no governo provincial do Presidente Antônio Bernardo Passos, o XX a governar o RN, no período de 1 de outubro de 1853 a 1 de abril de 1857, que ele resolveu construir a torre e comprar o relógio.
"O Presidente Passos subscreveu uma boa quantia e angariou os donativos. O relógio foi comprado. A torre construiu-se e nela se pôs o relógio. Ainda está batendo as horas" (CASCUDO,1942).
Curioso é que na torre existe a data de 1862, quando Passos não era mais o Presidente da Província e Cascudo silencia sobre esta data na Acta Diurna de 16 de fevereiro de 1942.
Fui rever outros textos.  No livro "História da Cidade do Natal" o pesquisador diz que em 1862 começaram a construir a torre e no ano seguinte ela é inaugurada com um novo sino e o relógio. Cascudo explica que a linguagem dos sinos tinha todo um significado, como por exemplo: 10 badaladas seguidas (nascimento de uma criança), 9 batidas (menino) 7 batidas (menina).  Mas nem todos gostavam de ouvir os sinos tocarem, foi o caso do Dr. Antônio Francisco Pereira de Carvalho, também Presidente da Província (1852-1853) que mandava o sineiro ser breve no tocar dos sinos.



 Referências

CÂMARA, Cascudo.  Os sinos da matriz. Acta Diurna, in: A República, 31.12.1939
_______Toque de sino. Acta Diurna, in: A República, 22.08.1940
_________. O Presidente Passos. Acta Diurna, in: A República, 15.02.1942
________. História da Cidade do Natal. 2a edição. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 1980.

Francisco Martins
19.05.2019

Um comentário:

Unknown disse...

Que legal! Muito prazeroso de fato, saber da nossa história!