quinta-feira, 30 de julho de 2020

COMENTANDO MINHAS LEITURAS: REVISTA DA ANRL - Nº 63 - ABRIL A JUNHO 2020

Manoel  Onofre Jr e Thiago Gonzaga entregam à comunidade leitora e literária, mais uma edição da Revista da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, a de número 63, que corresponde aos meses de abril a junho do corrente ano.

Sabemos que eles sozinhos não fazem a revista, mas é graças ao labor tão dedicado que a dupla consegue garimpar material para compor a revista. Tenho acompanhado esta pugna  e sei o quanto eles são fiéis ao princípio do projeto editorial.

Convido os leitores a tomarem nas mãos a edição 63 da referida revista e sentirem o quanto a mesma está boa. Logo no primeiro artigo, o Presidente Diogenes da Cunha Lima vai salvar a estada de Clarice Lispector, em Natal, no ano de 1944. Iaperi Araújo e  Alfredo Neves escrevem sobre Abraham Palatnik, falecido esse ano. Vicente Serejo, o homem que ama livros, nos conta sobre a sua visita  a José Mindlin, ciceroneada por Genibaldo Barros. Um primor de texto.
Abraham  Palatnik

O  escritor e crítico literário Nelson Patriota traz a tona  acertos e feitos de Veríssimo de Melo. Sobre este folclorista eu escrevi um ensaio da importância dele na literatura de cordel. O poeta Paulo de Tarso Correia de Melo compartilha com os leitores,  nuances da sua amizade com outro grande poeta: João Cabral de Melo Neto. Murilo Melo Filho, que também partiu para a dimensão incomensurável,  é homenageado por Cláudio Emerenciano. Segue-se logo após, um artigo do Diretor da Revista, Manoel Onofre Jr, sobre João Wilson Mendes Melo, que viveu 99 anos e foi ocupante da cadeira 25 por 37 anos.
João Wilson Mendes Melo

Francisco Ivan é tema de assunto no artigo de Armando Prazeres, onde este trata sobre um banquete barroco, preparado por aquele. A poeta Diulinda Garcia escreve sobre outra mulher, também poeta, Myriam Coeli, dando-nos um breve perfil daquela que foi escritora e jornalista. O editor Thiago Gonzaga nos transporta à  arte literária de Dácio Galvão, um homem administrador da cultura, com relevantes serviços prestados à sociedade. O Acadêmico Jurandyr Navarro lembra Oswaldo de Souza, o músico e o  curador de arte.

Tome fôlego, pois ainda temos muito para apreciar.  Flávio Gameleira escreveu sobre Henry Koster e sua jornada pelo nordeste brasileiro; o cineasta e jornalista Valério Andrade não  errou um milímetro em seu depoimento sobre o amigo Valério Mesquita, corroborando com a citação bíblica "há amigos que são mais chegados do que um irmão". O médico  Daladier Pessoa Cunha Lima mostra que também conhece a anatomia das artes plásticas e em seu artigo trata  sobre "A Ultima Ceia", de Leonardo da Vinci. Encostadinho a ele, Francisco  de Assis Câmara  corre a pena escrevendo sobre  "A Beleza".

Veja bem! Até aqui a revista já pagou a edição, mas, a Academia Norte-Rio-Grandense de Letras sabe que este periódico é instrumento de luz, e assim sendo, o lume vai ficando cada vez mais brilhante com a participação do Padre João Medeiros Filho, que escreveu sobre Dom Adelino Dantas.  Eider Furtado teve seu necrológio (ou sessão saudade) feito por Carlos Gomes, seu amigo de longas datas.  Confesso que já passei da metade da revista e isso me causa uma ansiedade ao saber que só terei mais algumas paginas pela frente. O texto de Edilson Segundo tem a canocidade de um biógrafo. Ele da ao leitor o retrato de um menino, nascido no interior de Pau dos Ferros, que recebeu de Deus a grande missão de ser um semeador de projetos voltados ao povo, este menino cresceu, ultrapassou seus 90 anos e se chama Padre Sátiro.
Padre Sátiro

Denise Coutinho e Cássia de Fátima escrevem juntas sobre "A representatividade feminina em a "Parede" de Edna Duarte". Edna Duarte brevemente vai completar 81 anos. O artigo acima faz referência ao conto que a escritora  publicou no primeiro livro "Sete Degraus do Absurdo", em 1977.
Na sequência temos Francisco Fernandes Marinho, um pesquisador e escritor bastante conhecido no Brasil,  que nos lembra os 120 anos da plaquete : " Impugnação dos embargos do Ceará pelo Rio Grande do Norte", de Rui Barbosa.
Padre Cícero

Nas páginas 124 a 130 vamos nos encontrar com a figura  emblemática do Padre Cícero Romão Batista, num texto maravilhosamente escrito por Benedito Vasconcelos Mendes, homem que respira o sertão nordestino. Paulo Negreiros nos conta a saga da sua família, dando realce a  Cocota e principalmente a Manoel Fernandes Negreiro. A revista traz também uma entrevista que Lívio de Oliveira fez com Murilo Melo Filho, em julho de 2008.  No campo da ficção, temos os contos de  Humberto Hermenegildo, com "O Cortejo",  Clauder Arcanjo com "Sentença". Lívio Oliveira retorna com páginas de um diário, as quais têm sabor de crônica em tempo de pandemia e Arrmando Negreiros  escreve sobre o tema da COVID-19 e os números da peste atual.
Já no finalzinho da revista, Valério Mesquita, um célebre contador de causos populares, traz as letras do riso e as frases da alegria conduzindo o leitor a um relaxamento literário.
E como não podemos viver sem a poesia, a edição 63 é fechada com trabalhos de Jarbas Martins e Oreny Júnior.

Francisco Martins
30 de julho 2020



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