Dezembro sempre nos remete à festa do nascimento de Jesus. Este ano de 2016 eu quero homenagear dois artistas maravilhosos, trazendo de um tempo distante uma ilustração de Dorian Gray e um texto de Newton Navarro. Já se foram 59 anos da ilustração, que foi capa do jornal A República e da publicação do artigo no mesmo jornal, em 25de dezembro de 1957.
Observação: O texto não está incompleto, no original as reticências fazem parte do artigo.
Referência: Jornal A República, edição de 25 de dezembro de 1957
UM MENINO NA NOITE
Newton Navarro
Rezam
as escrituras que foi à meia noite. Bandos celestes desceram pelos espaços e
cantavam coisas estranhas. E os seus cânticos despertaram pastores que
apascentavam sonolentos rebanhos pelas encostas sombrias. Uma luz purificou a
noite densa e misteriosos ruídos se lastraram pela terra vestida de sono. Um
rei feito menino havia nascido. Um rei sobre quem a glória dos Altos céus cobriu
de beleza luminosa. Seu corpo aclarado foi bafejado pelo calor de um burro e de
uma vaca. Seu reino não era deste mundo... o azul era de um mistério
deslumbrante e uma grande estrela pousou sobre a terra longínqua da Judéia. É o
que repete hoje a palavra sagrada...
***
Ser
humilde é o que nos custa tanto. Porque quanta vez a nossa humildade é vaidade
decadente! Penso, profundamente, nessa noite misteriosa e rica de cânticos. Não
tenho eu o direito de chegar ao limiar dessa gruta onde pastores pobres vão
depor seus mais belos carneirinhos. Não ouso olhar a beleza desse pequeno Rei
que choraminga. E longe, na solidão de um afastamento proposital penso no seu
Reino e nas suas promessas. A noite também me aclara com a luz celestial do
Menino. Ele veio até nós ensinar humildade e pobreza. E a Sua luz me faz feliz
em meu degredo. Senhor, como sinto distante o Teu reino de Graça!
***
.
. . veio para endireitar os caminhos e as tortas veredas do mundo. Festejemos
esse Menino. A sua Casa, Ele mesmo vai dizer mais tarde, tem muitas moradas.
Quem sabe se em algum canto não caberemos? . . .Observação: O texto não está incompleto, no original as reticências fazem parte do artigo.
Referência: Jornal A República, edição de 25 de dezembro de 1957
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