quarta-feira, 1 de abril de 2020

COMENTANDO MINHAS LEITURAS : LONGE DA TERRA

Um lugar que era dos índios Karajás, e o tori (homem branco) achou por bem "colonizar". Deram-lhe o nome de Leopoldina (Hoje é Aruanã). É nesse povoado que vai viver por quase três anos seguidos o jovem José Mauro de Vasconcelos. Fugindo das cidades grandes ele buscou a selva e com ela se identificou. O sangue de índio pinagé, que corria em suas veias, encontrou a paz e a felicidade diante da beleza que a natureza lhe apresentou. "Longe da Terra" é uma grande crônica, com lances de romance, uma mistura dos dois gêneros. Zé Mauro vai mostrar o quanto era pobre e pequenina Leopoldina. As chuvas que chegavam por lá e duravam oito meses; a indolência da população; os costumes dos Karajás, etc. Foi nessa estada que Zé Mauro garimpou material para escrever "Banana Brava".
"Um dia, se eu escrevesse um livro, Gregorão estaria dentro de um dos tipos principais" (p.67). É foi em Leopoldina que ele serviu como professor das crianças índias, de fez às vezes de "médico" à população, sendo chamado de "dotô". Chegou até a ser sacristão do Padre Gonçalo que chegou junto com ele e só aguentou quatro meses. "Longe da Terra" veio ao público em 1949, mas o que nele está narrado foi vivido nos anos de 1940/42. O jovem Zé Mauro vivia a vida em toda a sua intensidade e dela fazia parte as cenas de amor com Teluíra, índia karajá, nas areias do grande rio Araguaia, o Beé Rokan.
Sabe aquela história de que Zé Mauro estudou medicina? Pois é neste livro que ele deixa bem claro porque abandonou três anos do curso(p.164 a 173).
Aruanã precisa tomar conhecimento sobre este trabalho de Zé Mauro.
"Eu morrerei um dia e a vida continua" (p.187).

A capa do livro é de Jayme Cortez.

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