Foi no morrer do dia que a festa
terminou,
Houve fartura de tudo celebrando aquele amor.
Dois leitões foram assados,
Seis capotes bem torrados,
Arroz de leite cozinhado,
Feijão com queijo temperado.
Um tocador de sanfona,
Uma zabumba arretada,
Pandeiro bem sapecado,
Som de triângulo afinado.
Nada faltou na festança.
Serviram bebidas quentes,
Pinga que derruba gente,
Tinha mais que um tonel.
Ponche de melancia,
Licor de toda milagria,
Batida de limão com mel.
Era tudo alegria,
Mas precisava parar.
O noivo abria a boca,
Fingia sono chegar.
Foi só mais um pouquinho
Para a festa terminar.
Quando todos foram embora
Só ficou lá na tapera,
Um vaqueiro na espera,
Uma donzela em primavera.
A noite abraçou a casa,
O vento trouxe frescor.
Por entre as palhas unidas,
A lua também chegou,
Deixando pingos de luz
No celeiro do amor.
Foi tudo tão verdadeiro,
Tão puro e sertanejo.
Adonde tocou vaqueiro
Donzela se arrepiou,
E a noite foi pequenina
Na geografia do amor.
No quebrar da barra
O casal se apartou.
Gado chamou vaqueiro,
Donzela se levantou.
Naquele chão bendito,
Sob sol tão escaldante,
O par se separou
Pedindo na sua fé
Por outra noite de amor.
Mané Beradeiro – Natal –RN 8-11-2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário