quarta-feira, 10 de julho de 2019

AQUELE DIA DIFERENTE

É bem verdade que a gente não escolhe o lugar em que vamos nascer, tampouco como aqui chegamos, mas acredito que podemos dizer como almejamos a nossa despedida. Eu, sinceramente, vejo a morte como algo natural, não tenho medo, nem me causa tédio escrever sobre ela. Por isso vou deixar aqui no meu blog, algumas recomendações aos amigos e leitores para quando eu partir. Façam assim:

1) Não quero nenhuma flor, nem dentro, nem fora.

2) Nada de choro. Conversem sobre o que fiz e o que fui. Contem mentiras sobre mim.

3)  Nas minhas mãos eu quero uma rapadura. Ela vai lembrar aos que me velam que a vida me foi doce, mas não mole.

4) Abaixo da minha cabeça coloquem  meu primeiro livro.

5)  Ao lado do caixão ponham um bloco de anotações e uma caneta, para que as pessoas escrevam suas frases e depositem dentro do esquife. Quero me tornar cinza junto às palavras.

6) Sirvam chás, sucos, refrigerantes e outras bebidas.

Por último:

Não esqueçam de um trio de sanfoneiro, tocando forró de pé de serra.

E enquanto a moça  Caetana ( a morte) não aparece Carpe diem!

Francisco Martins
10 julho 2019

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