segunda-feira, 4 de abril de 2016

PAULO DE TARSO - O ESTETA DA POESIA AMADURECIDA

 "Se existe uma coisa que eu escolhi para ter seriedade e humildade foi a literatura"
   Paulo de Tarso


Paulo de Tarso Correia de Melo nasceu em Natal, no dia 5 de abril de 1944.  Viu a luz pela primeira vez na Rua São Tomé, bairro da Ribeira. A casa em que ele nasceu ficava de frente para a casa de Sérgio Severo, pai de Augusto Severo e atrás da casa de Câmara Cascudo. Estudou no Salesiano, no Atheneu e  graduou-se em Pedagogia, na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, que na época ainda não  tinha sido incorporada à UFRN. Fez pós-graduação na Universidade de Michican - EUA. Foi lá nos EUA onde o poeta Paulo de Tarso começou a produzir seus primeiros poemas. Retornou ao Brasil em 1973 e pouco tempo depois conseguiu organizar seu primeiro livro: "Natal: Secreta Biografia", embora não tenha sido esse o primeiro a ser publicado. Paulo de Tarso tem  a paciência de amadurecer seus poemas em gavetas de carvalho. Não há pressa.  Trabalha seus poema várias vezes, se preciso for  ano após ano, até sentir que estão maduros e prontos para irem ao leitor. E foi assim, que tão somente 20 anos depois  "Natal: Biografia Secreta"  teve sua publicação efetivada. O primeiro livro publicado foi "Talhe rupestre", em 1993, depois vieram "Natal: Secreta Biografia" e "Folhetim Cordial da Guerra em Natal e Cordial Folhetim da Guerra em Parnamirim", ambos em 1994. Sobre isso diz o poeta:
"Para mim foi compensador observar uma coisa: o que tinha feito há 20 anos ainda podia ser lançado. Sem ser datado, ultrapassado de jeito nenhum. Era um trabalho que não fazia concessões à vanguarda. Era poesia com aquela forma consagrada como ainda é hoje, por isso pode ser lançado, 20 anos depois, sem parecer ultrapassado" (SOUZA, 2006).
 O poeta que se revelou aos leitores aos 49 anos de idade, com o firme propósito de jamais se arrepender dos livros publicados nos deu muitos bons livros e continua a produzir. Sua bibliografia consiste em:
1) Talhe rupestre (1993)
2) Natal: Secreta Biografia (1994)
3) Folhetim Cordial da Guerra em Natal e Cordial Folhetim da Guerra em Parnamirim (1994)
4)  Romances de Alcaçus (1998)
5)  14 Moedas Antigas ( 2001)
6) Casa da Metáfora (2002)
7) Rio dos Homens ( 2002)
8) O Sobrado das Palavras ( 2005)
9) Auto de Natal: O menino da paz (2007)
10) Livro de  Linhagens ( 2011)
11) Misto Códice ( 2012)
12) Diário de Natal (2013)

Mas o que pensa Paulo de Tarso? Vamos conhecer um pouco mais sobre ele. Selecionei 12 perguntas das 72 que o escritor e poeta Diogenes da Cunha Lima fez a ele:

1) Escrever é ventura ou aventura?  É ventura e aventura, alegria e sofrimento.
2) A poesia é útil?  Necessária, razoável e salutar. Como o louvor a Deus.
3) Qual a fronteira entre poesia e prosa?  A concisão.
4) Quais os livros que ajudaram na sua formação?  Os livros infantis de Monteiro Lobato e, na juventude,  Camus.
5) Três palavras bonitas:  Amizade, alegria e ternura.
6) Um  ditado popular:  Mais vale o pouco continuado do que o muito acabado.
7) Quais seus heróis na vida real?  Onofre Lopes, Januário Cicco e Luís da Câmara Cascudo.
8) Qual sua cor favorita?  Vertiginosamente azul.
9) A morte é vírgula ou ponto final?  Queria que fosse vírgulas.
10) Seu defeito principal:  A ansiedade impaciente.
11) Seu lema:  Lutar, procurar, encontrar e não ceder.
12) O que o tornaria infeliz?  A impossibilidade física.

Paulo de Tarso é membro das seguintes entidades culturais:  Academia Norte-Rio-Grandense de Letras, ocupante da cadeira 11, Academia Cearamirinense de Letras e Artes - Pedro Simões Neto, cadeira  3, Conselho Estadual de Cultura do Rio Grande do Norte, Instituto Histórico e Geográfico do RN e União Brasileira de Escritores/RN.

Referências

SOUZA, Carlos de.  Cordial folhetim de um poeta. In: Revista Brouhaha. Natal: Fundação Cultural Capitania das Artes,  ano II, nº 4 - abril/junho 2006.
LIMA, Diogenes da Cunha. O livro das revelações - matrizes do afeto - o pensamento vivo de escritores. Natal: Unigráfica, 2013.
MELO, Paulo de Tarso Correia de. Diário de Natal.  Mossoró (RN): Sarau das Letras, 2013.







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