O Secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob J. Lew, anunciou nesta quarta-feira (20) um marco significativo para a História norte-americana: a nota de $20 passará ter o rosto de Harriet Tubman, mulher negra, ex-escrava e uma das figuras abolicionistas mais importantes do país. A mudança faz parte da iniciativa do próprio Lew, que convidou a população a ajudá-lo a escolher a primeira mulher a ter essa honra. Tubman foi escolhida, e apesar da mídia exaltar seus feitos e mostrar o grande caráter que ela tinha, um fato sobre a vida da abolicionista não tem sido divulgado: Harriet também era cristã.
Em junho do ano passado, Jacob Lew propôs à população dos Estados Unidos que o ajudassem a escolher uma mulher da História do país para estampar a nota de $10 no lugar de Alexander Hamilton, o primeiro Secretário do Tesouro. O grupo Women on 20’s, no entanto, foi criado e iniciou uma campanha para que fosse a nota de $20 que tivesse seu design mudado, substituindo o sétimo presidente do país Andrew Jackson, defensor da escravidão e grande perseguidor dos indígenas norte-americanos, por uma mulher escolhida pelo voto público.
A votação online teve Harriet Tubman como escolhida, e o resultado foi enviado para o presidente Barack Obama e aceito pelo Secretário do Tesouro como nova face da nota de $20. A mudança está programada para acontecer até 2020, e embora jornais da grande mídia, como The New York Times e The Guardian, tenham exaltado os feitos de Tubman, a qual foi responsável pela libertação de milhares de escravos através das rotas clandestinas da Underground Railroad, o fato dela ser cristã tem sido omitido.
O The Stream aponta que enquanto conservadores do cenário norte-americano afirmam que Harriet era cristã e sua fé servia de motivação para os seus atos, os liberais omitem este fato, pois não acham que a religião de Harriet teve alguma importância nos acontecimentos de sua vida, e no fundo, desejavam que a mulher a estampar a nota de $20 fosse alguma representante do movimento feminista.
Mark Tooley, do blog cristão The Institute on Religion & Democracy, comentou sobre a vida cristã de Harriet Tubman. Segundo ele, ela foi formada dentro do Metodismo, através dos cultos que a família para qual ela era escrava fazia. A região era marcada pelo Metodismo e muitos dos metodistas libertavam os escravos; não foi o caso do dono de Tubman, mas ela pôde atender a cultos locais da Igreja Episcopal Metodista Africana, que desafiava a lei ao oferecer reuniões para escravos. Tooley afirma que a coragem que Harriet tinha vinha da voz de Deus, e por meio dela, milhares de escravos foram libertos, em operações onde Harriet constantemente arriscava sua própria vida.
A coluna do The Stream falou sobre o que reconhecimento da figura de Harriet Tubman pelo governo dos Estados Unidos pode representar futuramente para o país: “Nós temos grandes esperanças de que no curso do tempo nosso país irá também ver o mal do aborto, o qual já consumiu mais vidas do que as viagens feitas pelo tráfico de escravos, e do que a própria escravidão. Nós iremos honrar aqueles que lutaram contra o mal, especialmente aqueles (como Tubman) que foram desprezados e perseguidos por fazê-lo. Se o papel-moeda ainda existir em 2116, talvez a nota de $100 irá estampar o rosto de um corajoso abolicionista do aborto como David Daleiden”.
O professor Enézio Eugênio, coordenador do Núcleo Brasileiro de Design Inteligente, também comentou sobre o assunto: “Harriet Taubman, negra, ex-escrava, republicana, cristã, metodista, portava revólver e ajudou na fuga de escravos fugidos para o Canadá, vai ser a efígie da nota de US$ 20,00. Nada disso reportado pela Grande Mídia de Tio Sam. Por que, hein???”
Por Ana Louise
Imagem: Library of Congress
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